Dentre todas as decisões que tomei até aqui, saber a hora de partir foi uma das mais difíceis.
É uma sensação de que não está tudo bem, de que falta algo (mesmo sem eu saber o quê exatamente). É coração acelerado, pensamento agitado e noites insones. Sinais que algumas vezes ignorei; até tornarem-se frequentes.
É como se eu estivesse envolto em uma névoa e quisesse fugir mesmo estando perdido. Sinto o peito ardendo. Levanto e respiro fundo, mas o ar parece não entrar nos pulmões. Vou ao trabalho e não consigo me concentrar. Deito e não consigo dormir.
E nesses dias eu preciso fazer escolhas: alimentar os fantasmas que vêm com essas sensações ou tentar entender o que preciso aprender. Porque pra mim tudo é aprendizado.
E eu escolho tentar; por mais dolorido que seja, por mais desenfreadas que as lágrimas saiam. Eu tento por mim e pela fidelidade ao que sinto.
Sabe que essa vida é garimpar amores e navegar pra longe se não há mais nada aqui.
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